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Covaxin, o início do fim.

Em 28/06/2021 às 10:32:16

Resumão. Siga o fio da explicação e saibda porque foi tão importante o depoimento de sexta. Descobriu-se que Ricardo Barros é o pivô do maior escândalo de corrupção em números feita no Brasil, com o agravante de ter sido feita no período da pandemia, tornando a tipificação mais hedionda sob o ponto de vista humanitário. Ricardo Barros é empresário e político filiado ao Partido Progressista. Foi Ministro da Saúde durante o Governo Michel Temer e também prefeito de Maringá. Hoje é o líder do governo. A pessoa mais próxima e importante ligada ao presidente. Barros, negacionista como presidente, já falou diversos impropérios sobre a COVID, que já daria um convite da CPI, para avaliar sua influencia perante a sociedade contra medidas de proteção e vacinação.

O nome do deputado foi citado na CPI na última sexta-feira, causando um reboliço em Brasília, e esvaziando demasiadamente as manifestações pró-governo, que tinha um número que dava para contar em uma palma de mão. Ele foi citado pelo deputado Luis Miranda, do mesmo partido, como o responsável pelo esquema na compra fraudulenta da vacina indiana COVAXIN. Luis Miranda, que chorando já sabia das retaliações milicianas que receberia após a divulgação dessa revelação, já sabia que se tornaria o novo Pedro Collor do governo Bolsonaro.

Ricardo Barros foi Ministro da Saúde durante o Governo Michel Temer, e certamente conseguiu know-how suficiente para a elaboração desse esquema que envolve superfaturamento, compra estranha, empresas fantasmas e ligação com bolsonaristas. Ele fez a maior pressão para incluir uma emenda permitindo a ação de importação de vacinas com sede na Índia. A emenda era para flexibilizar MP sobre a compra de vacinas, facilitando as negociações para aquisição da Covaxin. Seria permitir uma autorização temporária para vacinas já aprovadas na agência regulatória indiana e derrubou a exigência de realização da fase 3 de ensaios clínicos no Brasil, como condição para autorização emergencial, fora que fez campanha para autorizar a vacinação privada.

O Governo acabou assinando um contrato bilionário com uma empresa de procedência duvidosa intermediada por uma empresa brasileira, a Precisa Medicamentos. Um jornal esteve no endereço indicado e era uma empresa fantasma e a Precisa Medicamentos é investigada pelo Ministério Público Federal na operação Falso Negativo e vai ser conduzida coercitivamente para fazer declarações na CPI. A mesma Precisa Medicamentos, tem o sócio juntamente com Ricardo Barros, são réus numa ação de improbidade administrativa.

Temos então como figuras principais desse contrato, a Bharat Biotech, Ministério da Saúde e Precisa Medicamentos. O servidor público, que tem cargo garantido por concurso público e que o presidente quer acabar com essa garantia, lembrando que foram esses servidores os responsáveis pelas denuncias, que verificou no contrato que o pagamento seria antecipado por uma empresa totalmente estranha a isso tudo. Essa empresa situada em Singapura, , que está em um paraíso fiscal, tem o mesmo valor societário que adivinhem: A precisa Medicamentos.

O Governo Federal deveria fazer o pagamento direto ao laboratório Bharat Biotech, mas mesmo alertado pelo deputado bolsonarista Luis Miranda ao presidente, que ao invés de investigar a fundo essa maracutáia, apenas fala: “Isso é coisa do Ricardo Barros!”

Ao invés de investigar o esquema, manda investigar o servidor que denunciou. Sendo que tudo acontece com mais de 500 mil mortos precisando de campanhas sérias de vacinação. Enquanto o esquema de corrupção gigantesca levou apenas 97 dias, a Pfizer foi ignorada centenas de vezes pelo governo federal e precisou de 330 dias para fechar o contrato. O presidente, que tem mais de 100 pedidos de impeachment, pedidos no tribunal internacional de Haia, agora enfrenta crimes de prevaricação diretamente para somar aos inúmeros crimes previstos na lei. Como podemos chamar isso tudo, depois do resumão?

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